Mt 27 – 28
Mt 28: 18 – 20 – “Jesus, aproximando-se, falou-lhes dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”
Jesus dá o último mandamento antes de subir aos céus e estar com o Pai e deixa claro que tudo aquilo que Ele havia ensinado deveria ser passado à frente. Seus discípulos entenderam bem o recado e foram grandes pregadores do evangelho.
O “ide” poderia ser “indo”, ou seja, fazer discípulos deve ser muito mais que algo programado, deve ser um estilo de vida. Em todo lugar que vamos, seja por lazer, seja por trabalho, seja para estudar, seja o que for, o “fazer discípulos” deve ser natural de todo o discípulo. Se ainda não é, lembro que qualquer coisa antes de ser natural deve ter disciplina. Precisamos aprender a tornar o “fazer discípulos” algo natural.
Outra coisa que Jesus deixou claro foi que ao introduzir uma pessoa no Reino de Deus, através do batismo, o trabalho não acabou por aí. Precisamos ensinar o novo convertido a guardar todas as coisas que Jesus nos ordenou. Não é ensinar a saber, mas ensinar a guardar, não basta explicar uma vez como as coisas funcionam. Mas é preciso relacionar, conviver, catequizar as verdades e os mandamentos de Cristo. E em todo o tempo de discipulado (e relacionamento com os irmãos também) o que deve ser ensinado é o que Jesus ordenou e não o que pensamos, não a nossa opinião. Temos que ensinar o discípulo a olhar pra Cristo e ninguém mais.
A Bíblia fala que há festa no céu quando um pecador se arrepende, quando alguém é arrancado do inferno. Isso alegra o coração do Pai, muitos filhos, fazendo parte de uma família, sendo transformados à semelhança de Cristo!!!
Deus criou tudo sozinho.
O que fazemos em sua obra, o fazemos pela capacitação do seu Espírito. Mas pela sua misericordia Ele nos inceriu no “fazer discípulos”. Que grande privilégio, mas, que grande responsabilidade. Indo falemos,sendo testemunhemos, e estando oremos. Este é o caminho para vermos nossos amodos e os amados de meu Pai rendidos ao Senhor e a seu reino.
Ganhar e edificar vidas, o ministério comum de todos os santos. Não só ganhar, não só edificar.
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” Proclamar as virtudes do nosso amado Jesus em tempo e fora de tempo para todos (convertidos ou não)e ensinar a guardar todas as coisas que Jesus ordenou é o nosso grande chamado!!!
Esse deve ser o nosso principal serviço.
A ESTRUTURA EQUIVOCADA
Entendendo Ef 4.11-12
A igreja moderna se distanciou do plano do Novo Testamento e se conformou às tradições humanas
Muito daquilo que se pratica hoje na Igreja, está muito distante da prática do Novo Testamento. Para muitos, tão acostumados às tradições e estruturas humanas, é confortável fazer a obra como se nada estivesse errado. Quando os pastores da igreja evangélica se deparam com os resultados frustrantes, começam a questionar muita coisa. Mas infelizmente não questionam aquilo que deviam, que são suas tradições. Enquanto esse “conforto” nas estruturas humanas não se transformar em desconforto, não haverá muita esperança para a verdadeira Igreja, que sofre e se contorce sob essa “camisa de força” das tradições.
Não basta Ter atividades religiosas. Temos que voltar à estrutura bíblica.
Já ouvi diversas vezes líderes comentando: ”O grupo que pastoreio é desmotivado”. Estão sempre dando exortações ao povo para que trabalhe, evangelize, cumpram algum ministério. Mas ninguém trabalha só porque é conscientizado do trabalho. É necessário ter uma estrutura que favoreça o serviço dos santos, capacitando e mobilizando os irmãos. Isso obviamente aponta para a necessidade de uma estrutura adequada, bíblica. Mais adiante veremos alguns exemplos de como nossa estrutura tradicional se constitui num entrave, impedindo que a Igreja funcione como Corpo.
Na Igreja primitiva não havia 10% dos recursos da igreja moderna e o seu fruto foi 100 vezes maior.
Algo que deveria nos atrair é a simplicidade da Igreja primitiva. Aqueles irmãos não possuíam um décimo dos recursos e sofisticação do nosso tempo, mas o seu fruto foi cem vezes maior do que o nosso melhor esforço.
Por exemplo, se perguntarmos o seguinte: “Por que Deus colocou os pastores na Igreja?” Nossa resposta geralmente vem pronta, como fruto de um vício das nossas tradições, e não de uma compreensão sadia de Ef 4.11-12. Quando dizemos, por exemplo, que os pastores foram colocados na Igreja para guiar e ensinar o rebanho (o que não está necessariamente errado), o que vem em nossa mente são auditórios, classes, cadeiras, bancos, plataformas, púlpitos, revistas, apostilas, retro-projetores, sermões, seminários, palestras e, é claro, gente sentada ouvindo. Isso se tornou o pão de cada dia da igreja, parecendo até mesmo impossível viver sem estas coisas. A Igreja do Novo Testamento não possuía nenhuma destas coisas e não sentiu a mínima falta.
Voltemos para Efésios 4.11-12:
Se analisarmos o que está escrito neste texto, sem o vício da tradição, é possível que haja uma mudança profunda em nossa visão de ministério. Isso acontecendo poderemos juntar coragem para questionar muitas elementos que sagramos como intocáveis. Vejamos:
O verso 11 fala de cinco diferentes ministérios que são necessários no processo de edificação da Igreja. Dentre esses está o Pastor, indicando que ser pastor não é ter um título, mas exercer uma função.
Há 3 etapas seqüentes na edificação da Igreja
O verso 12 fala sobre a razão de existir destes ministérios: Eles foram colocados por Deus na Igreja para conduzi-la num progresso de três etapas. É importante compreender que essas etapas são seqüentes, não se podendo querer alcançar a última, sem se ter concluído satisfatoriamente a primeira e a segunda. Atente para as palavras que ligam as sentenças: “Com vistas” e “para”.
• Primeira: Ordenar os santos em vínculos de relacionamento. “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos”
Essa primeira etapa diz respeito a certo trabalho de organização que dever ser feito com os santos. A melhor tradução para “aperfeiçoamento” (do grego “Katartismos”) é “reto ordenamento”, que significa colocar cada santo no seu devido lugar. É responsabilidade dos líderes da Igreja estabelecer cada santo em seu lugar adequado, onde possa cumprir sua função sacerdotal. Ordenar os santos é vincula-los nas juntas e ligamentos. O discípulo amadurece não ouvindo sermões, mas se relacionando de forma comprometida com outros irmãos.
• Segunda: Supervisionar os vínculos dos santos para que haja edificação eficaz. “Para desempenho do seu serviço”
É trabalho dos ministérios mencionados em Ef 4.11-12, organizar os santos para que desempenhem o serviço deles. Fica claro, então, que a função do pastor não é fazer o serviço que é dos irmãos, mas sim o de levar todo e qualquer santo a fazê-lo. Nesta segunda etapa, a função dos líderes é também verificar (supervisionar) se o serviço está sendo realmente desempenhado.
• Terceira: O Corpo de Cristo edifica o Corpo de Cristo. “Para edificação do Corpo de Cristo”
Mas os líderes não devem se contentar em apenas ver os santos em movimento. O trabalho, com muita facilidade, pode se tornar um fim em si mesmo. É necessário estar com os olhos voltados para o fruto que se quer gerar em tudo isso. Esse fruto não é algo vago ou nebuloso, mas sim a edificação do Corpo de Cristo. O verso 13 dá uma interpretação clara do que seja essa edificação: A formação de Cristo em todos. O texto revela algo fabuloso: Diz que essa edificação é feita através do próprio Corpo.
A igreja moderna não pratica estas 3 etapas. Os pastores fazem todo o trabalho. Os santos são levados a reuniões e não desempenham o seu serviço.
Todo esse entendimento parece ser muito simples, contudo expõe a distância que estamos da Igreja do N.T.. É flagrante como as tradições evangélicas atropelam a primeira e segunda etapas e, ingenuamente, esperam a edificação do Corpo de Cristo. A estrutura evangélica, na sua maioria, está voltada para o funcionamento do ministério de uns poucos. Tudo acaba girando em torno de um púlpito e do ministério de líderes especializados, muitas vezes formados longe da realidade da igreja local. A maior parte do tempo, das energias e dos recursos disponíveis são canalizados para produzir grandes reuniões e eventos, acabando por destacar o brilho de apenas um ministério, ou de uma personalidade humana. Enquanto isso, todos os santos, olhados como “a massa”, estão assentados, apenas ouvindo. Nessa euforia de movimentos, o sucesso é medido justamente pela quantidade de “massa” que se colocou assentada ouvindo naquelas poucas horas.
Será que estamos propondo a anulação destes ministérios? De forma alguma! O que se faz necessário é um equilíbrio bíblico. Devemos abaixar o púlpito, que foi excessivamente elevado, e elevar aquilo que foi esquecido, o trabalho de todos os santos. Assim eles deixarão de ser “a massa” e passarão a ser o Corpo de Cristo.
A casta sacerdotal
De onde vem essa estrutura tão distanciada das Escrituras? Isso não é um problema novo. A sua causa pode ser atribuída a uma enfermidade que chamaremos de “Casta Sacerdotal”. Ela pode ser definida como uma doença que surge pela divisão ilícita entre “clero” e “leigos”, entre os “ministros de Deus” e os crentes “comuns”.
Essa teologia está apoiada em uma interpretação errônea das escrituras, trazendo o conceito do sacerdócio do antigo testamento para a vida da Igreja. Isso resulta em ver no líder a figura do sacerdote da velha aliança. Mas o que a Palavra de Deus ensina sobre isso? Desde o Velho Testamento o plano de Deus era que todos fossem sacerdotes (Ex 19.6-8). Contudo o povo teve medo de se achegar a Deus (Ex 19.13b, 20.18-19). Assim, posteriormente, Deus instituiu a família de Arão e toda a tribo de Levi. Mas agora a Sua presença não é mais temível (Hb 12.18-24). O véu foi rasgado e todos foram constituídos em sacerdócio real (1Pd 2.9).
Um Exemplo Bíblico:
Quando analisamos a parábola dos talentos em Mt 25.14-30 aprendemos dois princípios importantes: Primeiro – O senhor daqueles servos deu, a um cinco, a outro dois e a outro um talento. Isso ensina que recebemos diferentes medidas de graça (Rm 12.3). Segundo – O que recebeu menos recebeu um talento. Fica claro o princípio de que ninguém na Casa de Deus fica sem receber nada.
Diagnosticando:
Para descobrirmos se uma igreja está infectada pela “casta sacerdotal” não é difícil. Observe como são tratados os santos. Se a estrutura favorece o aparecimento daqueles que têm cinco talentos, dando certo lugar para os que possuem dois, mas deixando a maioria de um talento inativa, o diagnóstico é positivo: Essa igreja está com a “casta sacerdotal”.
Algumas práticas que mostram a “casta sacerdotal” na igreja moderna:
É possível que alguns se sintam de mãos amarradas. Simplesmente não sabem fazer a obra de Deus de outra maneira. Parece que tudo o que fazemos é tão “óbvio”. Precisamos ter humildade em reconhecer que muito do nosso “óbvio” não é inspirado na Palavra de Deus, mas nas tradições. Precisamos admitir que devemos desaprender algumas coisas que consideramos como líquidas e certas. Muito do que fazemos em nosso dia a dia tem confirmado uma prática ministerial deformada. Seguem agora alguns fatores que cooperam diretamente para que a “casta sacerdotal” seja preservada e fortalecida no dia a dia da Igreja:
• O excesso de reuniões (reunionismo)
Como já vimos, a prática de reuniões da Igreja, na forma que tradicionalmente acontece, cooperam para o desenvolvimento do ministério de uns poucos, em detrimento do serviço de todos os santos. A “liturgia” evangélica normalmente se constitui em “período de louvor, números especiais, levantamento de ofertas, pregação e apelo”. Qualquer líder com um pouco de bom senso admitirá que isso está a “quilômetros” de distância de 1Co 14.26.
• A sacramentação do templo (templismo)
A visão do “templo” como algo sagrado também é uma interpretação imprópria de um ensino do Velho Testamento. Quando se aplica na Igreja a visão do V.T. acerca do templo, o povo começa a ver o local de encontro como o lugar de servir a Deus. Qualquer ministério terá que ser exercido nos limites de uma reunião. Nesse ambiente os crentes costumam pensar que crescer no ministério é ter oportunidade de pregar, dirigir louvor, apresentar números especiais, tocar instrumentos, etc. Fora daquelas quatro paredes quase não há serviço. O povo também assimila o templo, não apenas como um lugar santo, mas também como o lugar de ser santo. È desnecessário dizer o quanto isso é nocivo.
• ensino concentrado no púlpito (pulpitocentrismo)
Quando toda edificação é concentrada em palestras, pouco se atinge as necessidades individuais dos irmãos. O povo canta, ora, ouve um sermão, cumprimenta o pastor na porta do templo e volta para casa, para de novo conviver com seus conflitos. O líder, por sua vez, se sente obrigado a arranjar um tema interessante a cada domingo, mesmo sabendo que o povo já se esqueceu do que ele pregou no domingo anterior.
• Formação especializada
Ocorre quando o indivíduo sai do campo para aprender a ser pastor longe das ovelhas. Os seminários teológicos existem para cooperar na deficiência da Igreja em formar os seus próprios líderes. Funcionam como uma “muleta” para um enfermo que não pode andar com as suas próprias pernas. É óbvio que não se pode querer fechar os seminários. Em que a Igreja se apoiaria? Contudo, seria mais correto continuar com eles e, ao mesmo tempo, buscar a cura dessa Igreja enferma. O ministério da Igreja deve emergir de forma natural, no seio da própria Igreja. Deve ser confirmado pala vida e pelo fruto que produz. Desse modo não será imposto, mas terá o reconhecimento dos irmãos.
• Os títulos
A nome “pastor”, em nossos dias, define mais um título que uma função. Alguns líderes se sentem auto afirmados quando são chamados de “pastor”. Há outros que exigem o título antes de se mencionar o seu nome. Consideram que o respeito por parte do rebanho depende disso. Isso pode revelar uma certa obsessão pelo poder e domínio das ovelhas. Como é diferente o princípio bíblico de autoridade do líder mencionado em 1Pd 5.1-4!
• As separações físicas
Em algumas congregações há como que “tronos”, estrategicamente postos em lugares mais altos, a fim de destacar o grupo que compõe o “clero”. As próprias vestimentas do pastor comumente é fator que confirma uma certa distância entre o povo e o “ministro”.
MEMORIZAÇÃO
1. A igreja moderna anda conforme o plano do Novo Testamento?
Não. A igreja moderna se distanciou do plano do Novo Testamento e se conformou às tradições humanas.
2. Para conduzir a Igreja à prática do Novo Testamento, basta apenas exortar os irmãos ao trabalho?
Não. É preciso conhecer o Propósito eterno de Deus, abandonar as tradições humanas, e voltar à estrutura bíblica.
3. O que aprendemos sobre a estrutura de funcionamento da Igreja primitiva?
Na Igreja primitiva não havia 10% dos recursos da igreja moderna e o seu fruto foi muitas vezes maior.
4. De quantos ministérios específicos se compõem a Igreja dentro da estrutura bíblica?
De 5 ministérios específicos, os quais são funções e não títulos (Ef 4.11-12): Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.
5. Quais as três etapas seqüentes na edificação da Igreja, segundo a estrutura bíblica?
Primeira: Ordenar os santos em vínculos de relacionamento. “reto ordenamento dos santos”.
Segunda: Supervisionar os vínculos dos santos para que haja edificação eficaz – “para o desempenho do seu serviço”.
Terceira: O Corpo de Cristo edifica o Corpo de Cristo – “para edificação do Corpo de Cristo”. (Ef 4.15-16).
6. Quais os ministérios comuns de todos os santos?
Proclamar e servir aos irmãos nas juntas e ligamentos.
7. Como a igreja moderna busca edificar a Igreja?
A igreja moderna busca a edificação sem praticar estas 3 etapas. Os pastores fazem todo o trabalho e os santos são levados a reuniões, não desempenhando o seu serviço.
8. De onde procede o desvio da igreja moderna em edificar a Igreja?
O desvio é fruto de um erro chamado casta sacerdotal.
9. O que é “casta sacerdotal”?
É um problema que surge pela divisão ilícita entre os “ministros de Deus” e os crentes “comuns”.
10. Como sabemos que uma Igreja está com a “casta sacerdotal”?
Sabemos que uma Igreja está com a “casta sacerdotal” quando sua estrutura permite o funcionamento de poucos ministérios e os demais santos não desempenham o seu serviço.
11. Quais práticas que mostram a “casta sacerdotal” na igreja moderna?
O excesso de reuniões (reunionismo)
A sacramentação do templo (templismo)
O ensino concentrado no púlpito (pulpitocentrismo)
Formação especializada
Os títulos
As separações físicas