Sl 38 – 44
Sl 42: 1 – 2 – “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
O discípulo tem sede de Deus, tem necessidade de alimentar o espírito dia a dia através dos meios de graça. O discípulo tem o coração grato a Deus pela justificação, por haver Cristo morrido na cruz pelos nossos pecados e derramado seu sangue que nos comprou das trevas para que hoje fossemos participantes da sua herança. O discípulo se alegra na santificação, por que Cristo hoje vive em nós e é a esperança da glória, Ele nos capacita a viver uma vida santa. Mas a grande expectativa do discípulo está mesmo na vinda de Cristo, quando teremos nossos corpos glorificados e será impossível desagradarmos o coração do Pai, poderemos vê-Lo face a face, contemplar toda a sua beleza, passar a eternidade ouvindo sua sabedoria, aprender toda a história e conhecimento, desfrutar de um gozo jamais percebido. Temos que ter sede de Deus porque a vida eterna começa hoje (João 17: 3) e em sua presença há delícias perpetuamente (Sl 16: 11)
Como anseio em nunca mais desagradar o Pai! Como será maravilhoso fazê-lo sorrir para sempre! Este mundo não tem nada de bom para que possamos investir nele! Precisamos investir no que é eterno! O Senhor nos capacite a vivermos mesmo o céu já aqui no meio da igreja!
O MINISTÉRIO DE SER TESTEMUNHAS
Em At 1.8, Jesus nos diz qual é o real motivo da descida do Espírito Santo. Dar-nos poder para sermos testemunhas. Como o Espírito Santo foi derramado sobre todos, então este poder é para todos. Este é um dos serviços comuns que todos os santos devem desempenhar.
Em 1Pe 2.9, Pedro fala que nosso papel como sacerdotes é de proclamar as virtudes daquele que nos chamou. Isto é o mesmo que ser testemunhas.
Em 2Co 5.20, Paulo nos diz que somos embaixadores de Cristo, ou seja, representantes de Cristo diante do mundo. Isto também envolve o ministério de ser testemunhas.
Em Mt 28.18-20, Jesus nos mandou fazer discípulos. Mas, como começa o ministério de fazer discípulos? Começa quando funcionamos como testemunhas. Depois as pessoas são batizadas, e aí então temos que ensiná-las a guardar as coisas que Jesus ordenou.
Como se desenvolve este ministério de testemunhas? Vejamos a seguir alguns princípios que ajudarão o discípulo a se desenvolver neste ministério:
1. Como Abordar as Pessoas:
Devemos abordar as pessoas com naturalidade e simplicidade. Para isso precisamos compreender algo muito importante.: Nós não podemos converter ninguém. Essa é uma função do Espírito Santo (veja Jo 16.7-8). Somos apenas cooperadores. Nosso papel não é converter as pessoas, mas sim, cooperar com o Espírito Santo.
Vejamos um exemplo: Nós não podemos fazer um pintinho. Só Deus pode. Mas podemos colocar o ovo debaixo da galinha. Assim, estamos harmonizando dois elementos da natureza: O ovo e a galinha. Esta tarefa é muito simples, contudo indispensável, porque sem ela o pintinho não nasce.
Para produzir uma nova vida em Cristo é a mesma coisa. Nós não podemos fazê-lo. Só Deus pode. Mas temos uma tarefa indispensável, a de harmonizar dois elementos espirituais: A Palavra de Deus com a fome espiritual. Não podemos produzir fome. Isto é tarefa de Deus. Nós somos apenas cooperadores. Assim, temos um serviço muito importante: Procurar pessoas que têm fome e sede de justiça. Pessoas em quem o Espírito já está trabalhando. Assim poderemos cooperar com Ele.
Dessa forma, em nosso primeiro contato com as pessoas, procuramos quem tem interesse de ouvir. É como se jogássemos o anzol na água para ver se o peixe belisca. Funciona como um radar que percebe o avião atrás das nuvens. Ele emite uma onda e, se não encontra um avião a onda se perde, caso contrário a onda volta. Jesus disse com clareza que as pessoas demonstram diferentes reações de interesse ao ouvirem a Palavra do Reino (Mt 13.1-23).
* O “Gancho”:
A abordagem inicial deve ser assim: Lançamos a Palavra e esperamos o retorno. Não devemos falar o tempo todo, nem forçar, nem insistir, nem discutir. Não é hora de pregar, mas de procurar. Devemos dar uma porção da Palavra do Senhor e esperar a reação. Devemos cuidar para não querermos “fabricar” uma reação. Se alguém mostra uma abertura ou interesse, então damos continuidade. Para esses devemos dar tudo: Nosso tempo, nossa dedicação, nossa amizade, nossa vida. Temos que ver estas pessoas como vidas muito preciosas. Então vamos cooperar com Deus, nos envolvendo com amor e compaixão. Devemos olhá-las como Jesus as vê (Mt 9.36).
Atenção: Algumas pessoas podem dar a impressão de que não estão abertas por terem muitos questionamentos. Por isso devemos estar atentos e procurar responder com paciência e amor às perguntas que fazem. Muitas vezes são pessoas sinceras, que têm dúvidas e perguntas coerentes.
Importante: Quando alguém não mostra interesse, é sinal de que ainda não é o momento de se pregar para ela. Contudo não quer dizer que devamos abandoná-la. Devemos, ao contrário, ser despertados e desafiados à oração e ao jejum. Se procedermos assim, com certeza dentro de algum tempo a reação dela será outra.
* Dando o Testemunho Pessoal (Mc 5.19):
Uma testemunha, é assim chamada, porque pode contar fatos concretos, ou por ter participado deles, ou porque os viu. A coisa mais simples e concreta de que temos para falar é o nosso testemunho pessoal. Em Marcos 5.19 vemos como até aquele homem recém libertado de demônios podia dar testemunho de Jesus. Quando encontramos alguém que ouviu a Palavra e mostrou alguma reação positiva, então devemos contar-lhe o nosso testemunho pessoal.
* Anunciando o Evangelho do Reino:
Quando uma pessoa se abre plenamente para ouvir a Palavra do Senhor e está disposta a nos receber em sua própria casa, então devemos anunciar a ela o Evangelho do Reino com toda clareza. Devemos falar tudo sobre Jesus e a Porta do Reino. É fundamental ajudá-la a enxergar o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus. Devemos enfatizar que Deus quer lhe dar um coração novo, capaz de fazer toda a Sua vontade. Ensinar-lhe sobre o que é o pecado, a independência e a necessidade de negar-se a si mesmo para, então, submeter-se a Deus.
Observações:
1º Não existe uma regra fixa para desenvolver o evangelismo. Cada pessoa é diferente das outras. Algumas precisam de tempo para entender, para meditar e para calcular o preço de seguir a Jesus. Não podemos apressá-las. Devemos acompanhar o Senhor, cooperando e esperando que Ele complete a obra. Entretanto, há outras pessoas que estão prontas. São pessoas que tem muita fome e sede. Podem se converter logo. Talvez no primeiro dia. Nesse caso não devemos atrasar a obra de Deus. Portanto, devemos estar sempre sensíveis, procurando discernir no Espírito a real situação de cada pessoa, para agirmos corretamente.
2º Quando um discípulo está anunciando o evangelho pela primeira vez ele não deve trabalhar com o “ contato” sozinho, mas junto com alguém mais experiente.
* A Estratégia de Deus e a Igreja Primitiva:
Como Jesus fez para treinar os seus discípulos no ministério de ser testemunhas? Jesus estava sempre nas ruas com eles. Raramente ficavam dentro de quatro paredes. Eles aprenderam a ser testemunhas vendo Jesus sempre em contato com as pessoas. Eles viam Jesus fazer a obra. A sala de aula dos discípulos era a rua e as pessoas estavam lá.
Até mesmo quando Jesus ensinava algo aos discípulos, ele o fazia na rua, diante das multidões. E as multidões também ouviam os ensinos de Jesus (compare Mt 5.12 com 7.28).
Depois que Jesus subiu ao Pai, os discípulos continuaram usando a sua estratégia. Em Atos 2.46 e 5.12, vemos que os irmãos costumavam se encontrar diariamente no templo, no Pórtico de Salomão. Ora, esse lugar não era de reunião com bancos e púlpitos como temos hoje. Era um lugar público, onde havia muita gente. Era o principal lugar de encontro do povo da cidade.
Se hoje queremos que os irmãos sejam treinados para serem testemunhas, falando aos homens com toda intrepidez, devemos estar na rua com eles o maior tempo possível. Devemos “sair” de todas as formas: Em grupos pequenos, com alguns discípulos e também em grupos maiores. Devemos estar na rua com os discípulos, no meio do povo.
de nada adianta todo o conhecimento que temos da palavra se não buscarmos o Senhor todo dia…
o conhecimento é fundamental, mas ele sozinho não nos garante a perseverança no caminho!
“Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” I Co 13:12