Zc 11 – 14
Zc 13: 6 – “Se alguém lhe disser: que feridas são essas nas tuas mãos?, responderá ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos.”
A igreja é o corpo de Cristo. Muito diferente do que algumas pessoas pensam que a igreja seria um local, um templo, onde o povo de Deus se reuniria. Quando olhamos para Jesus vemos que Ele não se prendia a um local determinado, mas sempre estava fazendo a vontade do Pai, em todo o tempo e em todo lugar vivia em santidade, fazia discípulos, ensinava seus seguidores, pregava o evangelho, curava enfermos e atendia a multidões.
Olhando para os apóstolos que viveram logo depois de Cristo, começamos a entender o funcionamento da igreja e vemos várias soluções de conflitos através de exortações, admoestações, repreensões, aplicação da disciplina, etc. De fato a igreja lida com homens e o objetivo é que o caráter de Cristo seja gerado na vida de cada um. A igreja é um ambiente em que todos são tratados por qualquer um e sem pedir. Ao se converter, o discípulo já negou a si mesmo, tomou sua cruz, perdeu sua vida e renunciou a tudo.
Deus não quer que venhamos perder tempo resolvendo picuinhas, vivendo com milindres. Não temos que defender nossos interesses e opiniões. Se vemos alguém vivendo algo diferente do padrão de Cristo, temos que falar sem medo. Se alguém vier nos repreender por alguma atitude qualquer, temos que ouvir com humildade. As feridas que isso pode gerar cooperam para o desenvolvimento do nosso caráter. Não estamos aqui para poupar a imagem de ninguém, nem exaltar o ego de alguém. Estamos aqui para mortificar nossa carne e deixar que Cristo viva e cresça dentro de nós.
Amem. Somos um vaso de barro, com algumas rachaduras por vezes, mas a excelência do tesouro é de Deus,pois toda boa dádiva e dom perfeito vêm do alto.
CORPO ENFERMO X CORPO SAUDÁVEL
A VIDA EM CRISTO + O CORRETO ORDENAMENTO DOS SANTOS
ODRE E VINHO (Mateus 9.17).
SER E DEPOIS FAZER
A obra de Deus não é mera questão de princípios e métodos, mas de uma vida espiritual e abundante.
o Novo Testamento não nos diz somente que Jesus veio ao mundo mas, nos revela também como Ele veio, o que fez, como o fez e em que poder o fez, e isso é precisamente o que retratam e demonstram os quatro evangelhos. Estes, pois, tratam, maiormente da pessoa do Senhor e de sua obra aqui na terra.
edificar, do ponto de vista de funcionamento, significa relacionar correta e adequadamente todos os materiais da obra..
reunir material de construção é uma coisa e, edificar os materiais de construção é outra bem diferente.
I Pedro 2.5 nos revela que nós mesmos somos o material da edificação de Deus: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual”.
reunir material não significa edificar uma obra, igualmente, reunir uma multidão não significa que edificamos a Igreja
TEM QUE TER PROJETO, PLANTA
O que Deus quer ter ao final?
Como Ele quer que seja?
Que Deus quer que façamos?
Como Deus quer que façamos?
JUNTAS E LIGAMENTOS
• “amai-vos uns aos outros”
• “servi uns aos outros”
• “sujeitai-vos uns aos outros”
• “suportai-vos uns aos outros”
• “orai uns pelos outros”
• “não faleis mal uns dos outros”
• “aconselhai-vos mutuamente” etc.
a) Deus tem um propósito eterno e cardinal:
* Formar para si uma família de filhos à imagem de Cristo;
* Governar o universo através de Cristo e essa família.
b) Deus estabeleceu a Igreja (sua família) como a realização de seu propósito e ao mesmo tempo através de quem ira cumpri-lo. Assim, para que a Igreja possa ser “cooperadora” de Deus, Ele lhe deu uma comissão de conquista, isto é um encomendamento de tarefas (ordens claras) que implicam tarefas específicas a serem feitas, as quais são:
* Fazer discípulos de todas as nações – Mateus 28.19-20
* Ser responsável pelo Reino (governo) nos entregue – Lucas 22.24-30
c) Para que a Igreja possa cumprir sua comissão Deus lhe proveu uma investidura de poder e autoridade que se revela no exercício de funções ou ministérios coletivos, isto é em dado a todos que se rende ao Senhor, os quais são:
* Sacerdote
* Rei
* Testemunha
* Embaixador
* Ministro do Espírito
d) Para que a Igreja possa atuar em sua investidura Deus proveu também “ferramentas” com as quais deve trabalhar e “armas” para “batalhar”:
* Palavra de Deus
* Os dons do Espírito Santo
* Os frutos do Espírito
* A oração e intercessão
* Armadura de Efésios 6
* Autoridade do trono de Deus
CATARTISMOS
EFESIOS 4:11 A 16
TITO 1:5
01) Deus não pretende edificar a Igreja e cumprir seu propósito sozinho, mas, juntamente com o trabalho dos ministérios e de todos os santos. A conhecida frase: “o Senhor vai fazer a obra” é correta, mas todavia, Ele não irá fazê-la sozinho, Ele nos incluiu nela e, portanto, também somos responsáveis.
02) Efésios 4 nos mostra claramente que Deus tem elegido um caminho através do qual atuará cumprindo seu propósito. Cabe a todos aqueles que querem tomar parte no Reino de Deus crer no que Deus declara e obedecer ao que Ele ordena.
03) Deus irá conduzir a Igreja à plena maturidade através dos ministérios que Ele mesmo soberanamente estabeleceu em meio ao seu povo.
04) A função básica e prioritária do ministério é “aperfeiçoar os santos”. Portanto, os santos só crescerão e serão frutíferos se os ministérios atuarem adequadamente.
05) “Aos santos”, no v. 12, significa onde deve atuar o ministério: sobre vidas. Ministrar não é investir em programas, planos, métodos, atividades gerais, projetos ou quaisquer coisas assim, mas ministrar é investir em vidas, ou seja, nos santos. Exercer ministério é “aperfeiçoar aos santos”, isto é, aperfeiçoar a homens e mulheres que estão sujeitos a Cristo Jesus.
06) A edificação final do Corpo de Cristo se dará através do trabalho adequado dos ministérios “aperfeiçoando os santos”, e esses desempenhando a parte que lhes toca na “obra do ministério”.
07) O trabalho de edificação que corresponde aos ministérios e que corresponde aos santos deverá seguir sendo feito “até que todos cheguemos” aos quatro alvos do v. 13.
08) O crescimento da Igreja não se dará por todos os discípulos trabalharem muito, mas por trabalharem corporativamente, isto é, harmonicamente, cada um fazendo a parte que lhe corresponde (v. 16)
09) A edificação final do Corpo de Cristo não é responsabilidade somente dos ministérios mas de todos os membros do Corpo.
10) Os alvos de maturidade e plenitude estabelecidos no v. 13 não são apenas para alguns poucos “dotados” ou “privilegiados” mas, para “todos”. “Todos” significa que não pode ser excluído nenhum verdadeiro discípulo. A ordem é “até que todos cheguemos”. Todos os discípulos tem que chegar ao alvo de Deus.
11) As relações íntimas entre o que contém os v. 11, 12 e 13 são fundamentais para o funcionamento e edificação da Igreja. Sem essas relações o trabalho de edificação se tornará desconexo e desorientado.
TRABALHADORES QUALIFICADOS, TRINADOS, PREPARADOS
Ponto 1 – Aqui temos Paulo junto a outros ministérios (“muitas testemunhas”) Paulo comunicou o ensino e a orientação apostólica a Timóteo. Isso significa que Timóteo recebeu um legado (“o que… ouviste”), ou seja, recebeu o ministério de Paulo.
Ponto 2 – Aqui temos Timóteo em uma posição isto é, em sua função de ministério, ou seja, de um tarefa a cumprir em face a Igreja. A orientação de Paulo é que aquilo que ele recebeu deveria ser “confiado” a homens fiéis e idôneos.
Ponto 3 – Aqui temos onde Timóteo deveria investir a principal parte de seu ministério: em homens fiéis e idôneos.
Ponto 4 – Aqui temos toda a Igreja: “os outros”. Assim cada homem fiel e idôneo deveria por sua vez “confiar” o que tinham recebido de Timóteo a “outros” homens fiéis e idôneos.
Importância da Unidade
“andarão dois juntos, se não estiverem de acordo ?” (Amós 3.3),
A – A Importância da Unidade
Tendo visto a importância de haver um ministério múltiplo para a edificação do Corpo, trataremos agora de um elemento fundamental que deve haver entre os que trabalham: unidade.
Se vários obreiros irão tomar parte na edificação de uma casa, por exemplo, é fundamental que eles trabalhem em base a uma unidade. Como já observamos no tópico III, que, quando um grupo se propõe a edificar é necessário que possuam uma “planta”, a qual lhes proverá a definição de o que se vai edificar e como será ao final a construção. Assim como é importante que haja uma planta é igualmente fundamental que seja somente uma a “planta” e não várias. Da mesma maneira que sem uma planta não se pode edificar uma casa, assim também, a situação se tornará mais problemática se houverem mais de uma planta em uma mesma obra. É fundamental que haja uma unidade entre todos que tomam parte dessa obra. O mestre-de-obras ou um dos pedreiros não podem possuir um planta diferente ou particular cada um deles. Se isso acontecer, poderá suceder que a qualquer momento o pedreiro número 1, por exemplo, estará fazendo o que em sua planta é a sala e, de repente, o pedreiro número 2 vem colocando uma parede no meio dessa sala, pois, ali, naquele mesmo lugar, em sua planta é um dormitório, e, entrementes, o pedreiro número 3 assenta, naquele mesmo espaço, uma grande pia pois, em sua planta ali encontra-se a cozinha dessa casa. Aqui temos, por certo, uma situação bizarra. Ao final, naquele espaço em que se estava edificando, não temos nem uma sala, nem um dormitório e nem uma cozinha, mas uma confusão de ambientes mesclados e sem nenhuma utilidade, e, isso pode acontecer pelo fato de estes obreiros possuírem uma direção (planta) cada um independente do outro.
Assim, cremos ser bem evidente que é impossível se edificar com segurança e com harmonia se não há um proceder em unidade entre todos que edificam. Desde o arquiteto até ao último servente deve haver uma só planta. Da mesma maneira esse princípio é correspondente no que se refere a edificação da igreja, pois, “andarão dois juntos, se não estiverem de acordo ?” (Amós 3.3), nos diz a Palavra. Se os ministérios na Igreja não estiverem obrando em unidade certamente problemas e embaraços de toda sorte aparecerão, e, logo, estarão divididos entre si e, com eles, o povo de Deus também. A Palavra nos fala com bastante clareza sobre a questão da unidade, portanto, trataremos desse assunto em quatro pontos.
B – A unidade do Espírito.
O texto básico desse tema encontra-se em Efésios 4.3: “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. Primeiramente o texto assinala que essa unidade que cria é o Espírito Santo, nós não podemos criá-la mas, evidentemente, podemos quebrá-la pois a admoestação é para que a “guardemos”, isto é, que a preservemos continuamente.
Assim que, todo aquele que se converte ao Senhor, o Espírito o une ao Corpo de Cristo e dentro dele é plantada, pelo Espírito, uma unidade com todos os demais santos. Essa “unidade do Espírito” pode ser entendida por uma “afinidade interior” com o resto do Corpo, uma comunhão entranhável, um “sentir-se e estar bem” na companhia de outros irmãos do Corpo.
Esse verso também assinala que há um fator de perseverança dessa unidade o qual é a “paz”. Nós preservamos (“guardar”) a unidade do Espírito pelo atar (“vínculo”) da paz em nossos corações. Que é a paz ? Com simplicidade, “paz” significa ausência de guerra, ausência de disputas ou pelejas, e positivamente falando, “paz” é integração, acordo pleno, significa “fluir juntos” os irmãos, sem irritações, sem arestas, com uma atitude interior de harmonia e uma expressão exterior de estarem todos conjuntos e coesos. Assim a paz, tanto negativamente como sendo a ausência de conflitos, como positivamente sendo plena integração e harmonia, é fundamental no viver diário dos irmãos para a preservação da unidade do Espírito. Se perdemos a paz entre os irmãos simultaneamente perderemos também a unidade do Espírito. Para que haja “unidade do Espírito” é necessário que haja a “paz” tanto em seu aspecto negativo como positivo. Isso é assim porque a paz se perde onde surgirem inimizades, ou contendas, ou dissensões, disputas, pelejas, facções, invejas, enganos, enfim, a paz se perde onde estiverem se manifestando as “obras da carne”, e, onde as “obras da carne” estão fluindo ou prosperando cessará naturalmente o fluir do Espírito Santo no meio dos irmãos, e assim, se o Espírito não estiver fluindo com liberdade a unidade que Ele cria também desaparecerá. Entendamos bem aqui, não estamos afirmando que quando surge esse tipo de problema na Igreja o Espírito se retira ou vai-se embora, estamos falando que cessa o fluir do Espírito, isso é, o sentimento e a harmonia sensíveis do Espírito, a sua manifestação sensível no Corpo.
Dessa maneira, se não crescermos até a plena unidade do Espírito não teremos a vida abundante do Espírito enchendo e fluindo no inteiro da Igreja. Além disso, não queremos deixar de observarmos o contexto onde esta inserido esse versículo. No primeiro versículo desse capítulo 4 de Efésios, Paulo nos roga que devemos andar como “é digno da vocação com que fostes chamados”, e passa a expor cinco elementos essenciais desse “andar”: “toda a humildade”, “mansidão”, “longanimidade”, “suportando-vos uns aos outros em amor” e “procurando guardar a unidade do Espírito”. Assim “guardar a unidade do Espírito” esta relacionado com o fato de andarmos ou não “como é digno da vocação com que fomos chamados”. Isso é sério. Se não guardamos a unidade do Espírito (e os outros quatro elementos também) nos tornamos indignos da vocação a que Deus nos Chamou. Assim, se não preservamos a “unidade do Espírito” perderemos tanto o fluir do Espírito na Igreja como também perderemos o andar digno de nossa vocação em Deus.
Amemos pois, a paz, cresçamos nela em todo o sentido, e o Espírito se encarregará de estabelecer uma tal unidade que será um efervescente testemunho diante de um mundo em conflitos.
C – A Unidade da Fé.
Novamente o texto básico desse tema encontra-se no capítulo 4 de Efésios, versículo 13: “Até que todos cheguemos á unidade da fé”.
Primeiramente queremos examinar o contexto onde aparece a “unidade da fé”. Como já comentamos anteriormente, ela é o primeiro dos quatros alvos, que são fruto do funcionar adequado dos ministérios e de todos os santos, o qual esta exposto nos dois versículos (11 e 12) que precedem esse versículo 13. Assim, a “unidade da fé” não surgirá no Corpo por acaso, ou com o passar do tempo, nem de qualquer maneira,. mas, o estabelecimento da unidade da fé depende do obrar adequado, primeiramente, dos ministérios e depois de todos os santos. A “unidade do Espírito” advém do Espírito, e a “unidade da fé” advém do funcionar adequado de todo o Corpo. Com relação a “unidade do Espírito” a Palavra nos admoesta à “guardar”, e somente podemos guardar o que já existe, todavia, com relação a “unidade da fé” a Palavra nos admoesta a que “cheguemos”, isso quer dizer que temos um caminho que andar até lá. Com relação a “unidade do Espírito” nos compete “guardar” e a “unidade da fé” nos corresponde “chegarmos” a ela.
Agora queremos observar porque devemos chegar a “unidade da fé”, ou seja, qual é a importância dela na edificação da Igreja. A resposta a essas questões encontram-se no versículo 14 desse mesmo capítulo. Esse versículo 14 inicia-se com um “para que…”, e evidentemente, essa expressão “para que” sempre indica propósito, finalidade, e assim, necessitamos ter “unidade da fé” (todavia não nos esqueçamos dos demais pontos do versículo 13) “para que não sejamos mais meninos inconstantes”. Aqui temos, certamente, algo tremendo! Se um grupo de ministérios e a Igreja não possuem “unidade da fé” serão, portanto, “meninos inconstantes”; “Meninos” significa que ainda não são maduros (adultos), ou seja, experimentados, e, “inconstantes” qualifica a esses “meninos”. “Meninos” se refere ao caráter pessoal dos membros da Igreja, e “inconstantes” se refere ao comportamento, ao “andar” desses membros, e, por sua vez, “inconstante” significa “que muda a toda hora”, ou seja, sem firmeza, sem solidez, algo não estável. A continuação desse versículo 14 aponta exatamente essas duas faces de “meninos” e “inconstantes”: “Levados em roda por todo o vento de doutrina”, aqui temos o “inconstante” pois, ser “levado em roda” quer dizer exatamente que não tem firmeza, estabilidade, e assim, qualquer “vento de doutrina” os “leva em roda” mudando-os sempre de um lugar para outro; e, a outra parte desse mesmo versículo, “pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” revela o caráter de “meninos”, pois, um que é maduro e que possui discernimento não será “enganado” por “homens que com astúcia enganam”, e assim, ser “enganado” por “enganos fraudulentos” é algo próprio de “meninos” e não de adultos amadurecidos.
Dessa maneira, se aqueles que tomam parte na edificação da Igreja almejam que a obra de Deus seja algo firme, sólido, varonil, deverão necessariamente buscarem de todo o coração “chegarem” a “unidade da fé”. Assim, a admoestação da Palavra ; é para que “não sejamos”, ora, qual é o contrário de “meninos inconstantes” senão “adultos constantes”, firmes na obra do Senhor; O alvo de não sermos “meninos inconstantes”, implica que devemos ser “adultos constantes”, e, devemos compreender claramente que não seremos tais se não tivermos “unidade da fé”. Assim, a maturidade e firmeza da Igreja na qual estamos participando da edificação dependem de termos ou não “unidade da fé. Assim que, maturidade e estabilidade não advém por acaso, nem com o tempo, mas sim do “chegarmos” a unidade da fé, e esta, por sua vez, advém do funcionar adequado de todo o ministério e igualmente de todos os santos (v. 11-12).
Desejamos agora examinarmos a qualificação dessa “unidade”, a qual, se encontra nas palavras “da fé”. Aqui temos algo importante: não devemos “chegar” à “unidade” de qualquer coisa, mas essa unidade do versículo 13 de Efésios 4 encontra-se bem definida e qualificada como “da fé”. Assim, o que significa essa expressão ? A palavra “fé” possuí dois sentidos, os quais são expressos no idioma original do Novo Testamento por duas palavras distintas. O primeiro sentido, o qual é o mais conhecido, significa “crer, ter confiança”, assim encontramos a expressão “ter fé no Senhor”, que quer dizer exercer confiança ou crer nEle. O segundo sentido significa o “conjunto de ensino ou de doutrina”, e, nesse sentido esta a expressão “a fé cristã” ou “a fé uma vez dada aos santos”. No primeiro caso a palavra “fé” trata-se de um verbo, e no segundo de um substantivo, ou mais precisamente, de um verbo-substantivo. No primeiro caso significa uma atitude em alguém em face a outro alguém ou qualquer coisa onde se coloque fé, e no segundo onde se refere a um conjunto de ensinos e verdades.
Portanto, aqui temos as duas dimensões da “fé” para onde devemos chegar a uma plena unidade. Cremos ser importante anotarmos que “unidade da fé” tem que começar a surgir, em primeiro lugar, no grupo de irmãos que esta a cargo do ministério, pois eles estão colocados por “exemplo” ao rebanho. Se o ministério de uma Igreja não possui “unidade da fé”, ele estará sempre expondo os irmãos a estarem sempre confusos, e, estarão também, expondo a igreja a uma eventual divisão, aos membros internamente. Tratemos, pois, de dois exemplos bem simples, um em cada sentido de “fé” que expusemos, para tornar mais claro o que dissemos.
Suponhamos que um dentre os diversos ministérios de uma Igreja, conclame os irmãos a avançarem para certo alvo, transmitindo assim, fé (crença, confiança) ao povo de Deus, e todavia, se os outros ministérios se mostrarem mais reservados ou reticentes a respeito desse avanço, a Igreja, por sua vez ficará confundida sem saber se acata a palavra e a orientação do irmão mais entusiasmado na fé ou se permanece no parecer dos irmãos mais reservados quanto a esse ponto. A Igreja não estará pois, segura se deve avançar ou permanecer onde se encontra.
Suponhamos, agora, outro exemplo mais afeito ao segundo sentido da palavra “fé”. Em determinado momento surge em meio a Igreja um problema sério de conduta. Aqui esta uma situação que necessita de algum tratamento e orientação por parte da liderança. Nesse ponto surge a seguinte questão: “quando há problemas graves no meio da Igreja a liderança deve interferir pessoalmente ou aguardar que Deus atue Ele mesmo sobre o problema ?”. Se parte do ministério crê que se deve usar alguma disciplina clara e incisiva sobre o caso e outra parte crê que se deve ser mais paciente e aguardar que o irmão faltoso reconheça seu erro, aqui, temos uma situação onde esta manifesto uma diferença de visão e orientação (“fé”) acerca de como devem ser conduzidos os problemas internos da Igreja. Aqui, portanto, temos um ponto a que esse ministério precisa “chegar” à “unidade da fé”. Se esse ministério não toma tempo juntos diante do Senhor em oração e juntos diante da Palavra, buscando assim a “unidade da fé” sobre a questão, e, se esse ministério, sem possuírem uma “unidade” em torno dessa questão decidem agir de uma maneira ou de outra, estarão abrindo uma porta para a ação de espíritos de facção dentro da Igreja, pois, poderá acontecer que os membros do Corpo que são do mesmo parecer dos ministérios a favor do uso de alguma disciplina irão se alinhar com eles dizendo: “eu sou da aplicação da disciplina”; e, aqueles que são de parecer que o Senhor deve diretamente tratar com aquele irmão faltoso, irão igualmente se alinharem com os ministérios que crêem assim e também dirão: “eu sou da atuação direta do Senhor”. E, assim, temos uma bela divisão em meio da Igreja por não ter tido a liderança a perseverança em oração e no estudo da Palavra diante do Senhor sobre uma questão, agindo assim sem unidade de fé. De igual maneira, a unidade de fé não é essencial somente na resolução de problemas sérios, mas também no tocante a toda a orientação e direção sobre a vida e o funcionamento natural da Igreja; Se os ministérios não possuírem posições claras e unânimes sobre o que se deve fazer na Igreja e como se deve fazê-lo, logo a Igreja estará confusa sem saber a quem atender ou ouvir dentre os ministérios.
Assim, toda vez que um ministério ou uma Igreja atuam sem “unidade da fé” estão expondo-se a confundirem-se e, eventualmente, provocarem uma divisão. Por certo esses dois exemplos são simplices, e não estamos querendo sugerir que toda as implicações da “unidade da fé” sejam somente casos como estes. Todavia, problemas como esses são comuns na Igreja e aos ministérios cabem agirem em perfeita unidade, a fim de que o Corpo de Cristo seja edificado e ao mesmo tempo seja protegido de quaisquer divisões ou dissensões entre os santos. A respeito da unidade da fé no ministério em relação à Igreja não nos esqueçamos o que esta exposto em I Coríntios 14.8: “Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha ?”, e no tocante a unidade de fé em toda a Igreja igualmente não nos esqueçamos do que se encontra em I Coríntios 1.10: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo sentido e em mesmo parecer”.
D – A Unidade do Corpo.
A expressão “unidade do Corpo” não aparece explicitamente nas Escrituras, mas a realidade da importância desse elemento esta implícito em muitos textos. Existem diversos textos que nos chamam a atenção para o fato de o Corpo de Cristo ser “um” (Efésios 2.16/ Efésios 4.4/ I Coríntios 12.12/ etc). Ser “um” representa por certo, unidade. Um exemplo disso é Romanos 12.5: “Assim nós, que somos muitos, somos um só Corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”. Além disso, há dois textos, especialmente, que nos revelam o metabolismo interior de todo o Corpo, isto é, o quanto o funcionamento íntimo de um corpo expressa uma unidade em perfeito sincronismo e harmonia. O primeiro é Efésios 4.16: “Do qual todo o Corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxilio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do Corpo, para sua edificação em amor”; E o segundo é Colossenses 2.19: “E não ligado à Cabeça, da qual todo o Corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus”.
O Corpo é, assim, uma unidade pois esta todo integrado em si mesmo. Para que um corpo esteja gozando de boa saúde é necessário que todos os órgãos que o compõe estejam funcionando corretamente, caso contrário a parecerão distúrbios e disfunções que poderão levá-lo à morte. Corpo pressupõe funcionamento coordenado, íntimo, relacionado. Caso órgão do Corpo esta profundamente em coordenação e relacionamento com todo o resto do corpo. Cada um possui sua função própria e contudo, todas elas são indispensáveis à vivência normal do corpo. Aqui temos um nível a mais na unidade que deve habitar na Igreja. Tem sido, através dos séculos, uma grande tentação e fraqueza na Igreja a preferência dos ministérios em trabalharem sozinhos, cada um com seu grupo. Pois, aparentemente, é muito mais fácil agir assim. Isso ocorre porque se vários ministérios estiverem juntos, além de ser necessário estarem no mesmo Espírito e na mesma fé, é também necessário que atuem coordenadamente, isto é, com sincronismo e harmonia, senão, andarão se atropelando uns aos outros na edificação, e, eventualmente, vários estarão cobrindo uma área de ministério enquanto outras ficam sem nenhuma cobertura ou assistência. É claro que para que haja ministério em unidade tem que haver uma efetiva operação da Cruz em cada líder especialmente, pois, trabalhar juntos restringe a todos, pois um único líder com seu grupo pode fazer o que quiser e como quiser, mas em um trabalho coletivo tem que haver concórdia e coordenação entre todos que edificam. Isso exige duas coisas: que o bem-estar e a edificação do Corpo esteja em prioridade sobre a opinião pessoal e as preferências de cada líder, e, exige maturidade de uma operação real da Cruz de Cristo, havendo assim suficiente humildade e uma aceitação profunda de uns pelos outros, a fim de evitar-se toda espécie de conflitos que poderão surgir pelas diferenças de maneira de trabalhar e funcionar no Corpo.
Todavia, conquanto o trabalhar juntos em unidade restringe as “ações independentes” de todos os ministérios, isso enriquece todo o Corpo, pois a atuação de vários ministérios produzem evidentemente, muito maior riqueza no “ministério da Palavra” e maior desprendimento e leveza com relação ao serviço aos santos. Se há um só ministério este tem que arcar com todas as responsabilidades e com todo o peso na edificação da Igreja, mas se há vários ministérios essas responsabilidades e o encargo da obra serão repartidos com todos esses homens. Isso é o que sempre notamos no Novo Testamento, especialmente nos Atos e nas Cartas, que quando há uma referência ao ministério das Igrejas sempre as palavras estão no plural, indicando assim, vários homens atuando ministerialmente juntos e em igualdade de funções no Corpo. Repare, nos seguintes textos, como sempre as palavras “presbítero” ou “ancião” aparecem sempre no plural: Atos 11.30/14.23/l5.4/15.23/20.17/20.28/ Filipenses 1.1/ I Timóteo 5.17/ Tito 1.5/ Tiago 5.14/ I Pedro 5.1/ etc.
Portanto, relacionamento ministerial em unidade é vital, pois, os dois textos que indicamos no início nos declaram claramente que a edificação e o crescimento do Corpo de Cristo, não se dará, como a Igreja de hoje chegou a crer, pelo concurso de grandes líderes ou de grandes pregadores, grandes campanhas, milhões de folhetos, ou qualquer outro elemento da maquinaria para-eclesiástica de hoje, mas sim, se forem observadas as seguintes condições físicas e funcionais:
Efésios 4.16 = O Corpo: 1) “Bem ajustado”
2) “Ligado pelo auxílio de todas as juntas”
3) “Segundo a justa operação de cada parte”
Resultado: “Faz o aumento do Corpo, para sua edificação em amor”
Colossenses 2.9 = O Corpo: 1) “Ligado à Cabeça”
2) “Provido pelas juntas e ligaduras”
3) “Organizado pelas juntas e ligaduras”
Resultado: “Vai crescendo em aumento de Deus”
Esses textos mostram uma harmonia e unidade de funcionamento que é expresso em cada parte fazendo o que lhe corresponde em coordenação com todas as outras partes do Corpo. Será enganoso e inútil estarmos esperando ver “o aumento do Corpo”, “sua edificação em amor” e o ir “crescendo em aumento de Deus” se não observarmos as condições preestabelecidas para esses resultados. Esses resultados são o fruto natural de um trabalho correto e harmônico não de líderes que fazem, ou procuram fazer toda a obra de Deus sozinhos, mas, de líderes que orientam e capacitam (“aperfeiçoamento dos santos” Efésios 4.12) todo o Corpo para este operar conjuntamente e em unidade, e, assim, levando a Igreja a realizar a obra que Deus a ela encomendou.
Assim, esses dois textos de Efésios 4.16 e Colossenses 2.19 nos revelam um princípio profundamente essencial e diretivo: a edificação da Igreja, tanto em qualidade (“edificação em amor”) como em quantidade (“aumento do Corpo” e “crescendo em aumento de Deus”) não acontecerá por todos os ministérios e todos os santos trabalharem muito e demasiadamente, mas por trabalharem adequadamente, e, trabalhar adequadamente significa todos funcionando corporativamente e em unidade. Não queremos dar a impressão que nos esquecemos que a mesma Palavra nos diz que devemos sempre sermos “abundantes na obra do Senhor” (I Coríntios 15.58), mas sim, o que desejamos sublinhar é que se essa “abundância” não acontecer em uma relação coordenada com todo o Corpo somente criará uma obra particular e atividades em si mesmas, e não a edificação do Corpo de Cristo.
Portanto, é necessário que captemos toda a importância das relações internas da Igreja e estejamos dispostos a pagarmos o preço de negação de nós mesmos que tal funcionamento requer de todos. Somente de homens maduros e verdadeiramente quebrantados e humildes poderá advir uma obra verdadeiramente madura e espiritual. Dessa maneira pois, “cresçamos em tudo Naquele que é a Cabeça, Cristo” (Efésios 4.15).
E – Com Vista à Unidade.
Tenho abordado a unidade da Igreja em suas implicações com todo o funcionamento do Corpo de Cristo, queremos agora contemplá-la como uma face indispensável do próprio caráter da Igreja.
A unidade da Igreja foi um dos principais temas da oração de Jesus em João 17. Ele refere-se a ela cerca de quatro vezes em quatro versículos distintos. Ora, se a unidade foi tão importante assim para o Senhor em sua oração, certamente deverá também ser importante para todos os seus discípulos. Assim vejamos o que encontramos em João 17 em relação à unidade:
Versículo 11 – “E Eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós”.
Versículo 21 – “Rogo (v. 20)… Para que todos sejam um, com Tu, ó Pai, o és em mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste”.
Versículo 22 – “E Eu dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um”.
Versículo 23 – “Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam prefeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a Mim”.
Embora pequenos, esses textos são muito preciosos e muito amplos. Ele nos revelam, principalmente, cerca de três elementos em relação a unidade: a procedência da unidade, o padrão da unidade, e o propósito da unidade. Assim que, para que sejamos claros e objetivos, trataremos particularmente cada um desses pontos. Outra coisa ao qual devemos tomar atenção é o fato de aparecerem cerca de seis vezes a expressão “para que”. Isso é muito significativo pois, essa expressão “para que” sempre indica propósito, finalidade, conseqüência, isto é, sempre indica a projeção, a perspectiva, daquilo que foi dito antes dele. Essa expressão também faz a ligação entre um fato já dito anteriormente com o que se dirá após ela. Cerca de quatro vezes “para que” esta relacionado com a unidade e as duas restantes estão relacionadas com a eficácia do testemunho da Igreja ao mundo. Tendo pois isso em vista, trataremos portanto de cada elemento de per-si.
O EVANGELHO DO REINO ( A SEMENTE)
A VIDA DA IGREJA
OS FUNDAMENTOS
TRATANDO OS FERIMENTOS E RESOLVENDO PROBLEMAS
As etapas iniciais da vida de um discípulo:
1) Ser conduzido ao Senhor, através das “chaves”:
• “Arrependimento”
• “Batismo”
• “Dom do Espírito Santo”
2) Ser conduzido à Igreja:
• A vida corporativa da Igreja
• O viver em comunhão no Corpo
3) Receber os fundamentos da vida com o Senhor:
• “Arrependimento de obras mortas”
• “Fé em Deus”
• “Doutrinas de batismos”
• “Imposição das mãos”
• “Ressurreição dos mortos”
• “Juízo eterno”
4) Receber orientação nas áreas ou pontos críticos de sua vida.
5) Receber orientação básica para o seu viver diário:
• A vida pessoal
• A família
• O trabalho
• O estudo
• Relacionamento social
• Finanças
• Lazer.