Jo 6 – 7
Jo 6: 27 – “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.”
“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6: 37 – 40)
Jesus disse para investirmos nas coisas eternas e ele foi o maior exemplo de quem viveu isso. Jesus não veio fazer sua própria vontade, mas sim a de Deus. E a vontade de Deus é ver a salvação para os homens. Deus não quer ver sucesso de ninguém num mundo falido, Deus quer dar muito mais que isso: a vida eterna. Jesus veio determinado a se entregar por nós para que a vontade de Deus se cumprisse. Hoje temos que viver determinados a se entregar por Cristo para cumprirmos a vontade do Pai em favor dos perdidos para que muitos se convertam. Dessa forma estaremos agradando ao Pai, como Jesus agradou e investindo nas coisas eternas.
Características da Igreja
Como posso eu, olhando para o mundo religioso, identificar a Igreja de Cristo? Esta é uma pergunta que merece uma resposta bem concreta.
Freqüentemente se pensa na Igreja como uma instituição. As pessoas normalmente têm tendência para seguir as grandes massas de gente, gostam de se identificar com um sistema. A isto se chama o “pensamento de grupo”. Mas a Igreja não pode ser encarada deste modo. Igreja não é uma denominação. Não é um titulo, por mais sugestivo que seja, que identifica a Igreja de Cristo. Um edifício ou uma sala, de igual modo, não é uma Igreja; serve apenas para a albergar. A Igreja primitiva não possuía lugares específicos para adoração. Quando se proporcionava hora e local para reunião, a Igreja, muito simplesmente, reunia-se e comungava do Espírito de Deus. Faziam cultos nos lares das pessoas; trabalhavam sem a preocupação de ter redutos próprios e não cristalizavam num local (Atos 5.42 / 16.13). A Igreja é como a água: podemos juntá-la num só vaso; podemos reparti-la por vários copos; podemos vertê-la no mar, passando a fazer parte integrante dele; pode estar em gotículas invisíveis na atmosfera, sem deixar, por isso, de ser Igreja. Visível em número ou dispersa, não deixa de ser o corpo do Senhor. Ela existe pelo que os seus membros fazem e pensam. Eles representam o Deus que os chamou e fazem a obra que Deus lhes pede que façam. A Igreja identifica-se pelas suas obras. Para o cristão a Verdade não é uma coisa para ser pensada; mas um caminho de vida. O cristão não é propriamente um idealista. Em seis pontos basilares divisemos as características da Igreja de Cristo.
1 – A Verdadeira Igreja confessa Jesus como Senhor
E faz isso nos mais insignificantes aspectos da sua vivência. Os apóstolos viviam convencidos de que Ele era o Messias, nascido em Belém, como vaticinara Miquéias (5.2); de uma virgem, como predissera Isaías (7.14); o Emanuel (Mateus 1.21-23). E para maior confirmação, João conta como ele seria rejeitado (João 1.11). Mas eles não testemunhavam só verbalmente tudo isto. Eles testificavam, pelo Espírito de Deus, o Cristo vivo e sempiterno, através da sua ação missionária. O evangelho de Cristo era uma incomoda mensagem para o povo daquela época; mas era a Verdade! Apesar de polêmica, os apóstolos achavam que nada os deveria demover de a anunciarem. Essa mensagem era central e sumamente importante. Quando intimados a desistirem dela, responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” Atos 5.29 De tal forma Cristo era o centro das suas mensagens e ação, que em Antioquia foram pela primeira vez designados pelo título de “cristãos” (Atos 11.26).
2 – A Verdadeira Igreja é Leal à Verdade
Alguém afirmou: “Prefiro que me digam uma mentira que me dê prazer do que uma verdade que me cause transtorno”. Não deve ser assim com o verdadeiro cristão! No nosso relacionamento com os outros devemos ser verdadeiros e íntegros (Efésios 4.25). Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6) E esta verdade é indivisível, não é ambígua, é insofismável. Há somente duas posições a serem tomadas em relação a ela: por ela, ou contra ela. Existem duas maneiras de estar contra ela: rejeitando-a ou deturpando-a. (Romanos 1.18) Talvez seja mais honesto rejeitá-la, simplesmente; do que aparentemente a aceitar, e depois tentar adaptá-la às conveniências pessoais. Sabemos que o modo mais comum, desde sempre, de rebeldia contra a Verdade divina, é exatamente este último. Por isso a apostasia grassou como uma epidemia devastante, que só deixou desolação e miséria na igreja.
3 – A Verdadeira Igreja é Praticante da Palavra
“Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”, é o lema de certa casta sacerdotal duvidosa. Esta idéia é a invalidação e negação dos efeitos do evangelho na vida das pessoas. O cerne do evangelho é “arrependimento”. A palavra equivalente na língua grega, que aparece nos evangelhos é “Metanoia”, que significa: mudança de mente, de pensamento, de índole. Por conseguinte, arrepender-se e crer em Jesus, é passar da morte para a vida é a destruição da velha criatura e o ressurgimento de uma totalmente restaurada. Sendo assim é absurdo alguém pretender viver sem ser de acordo com aquilo que sabe e pensa. Segundo o apóstolo Tiago (1.22), a verdadeira Igreja tem cristãos que praticam tudo aquilo em que acreditam. Cada alma que se chega a Cristo tem como imperativo primário o novo nascimento. Não se é cristão pelo fato de se ter nascido numa família cristã; nem porque se aprendeu os hábitos cristãos de conduta; ou porque se guarda a lei; ou por se ter sido levado para o seio da Igreja. Mas é-se cristão quando o comportamento dá testemunho vivo de uma fé operante. Uma pessoa não é membro de Cristo se não viver de acordo com os princípios ensinados na Bíblia. Em Romanos 2.13, Paulo esclarece que as pessoas são julgadas pelo que conhecem e pela maneira como se relacionam com aquilo que conhecem. Elas podem não saber muito sobre a Lei de Deus, mas instintivamente conhecem a diferença entre o certo e o errado. Aqueles que escolhem praticar o que é certo, são aceites por Deus (Romanos 2.14-16). Eis o princípio basilar para a candidatura ao Reino dos Céus. Jesus demonstrou claramente que os atos valem mais do que as palavras: (Mateus 7.21-27). «Melhor que as “boas-ações” são as ações boas», disse alguém. E é certo que o comportamento do homem não deve ser determinado; o homem é que deve determinar o seu próprio comportamento. E o mais sensato que o homem pode fazer é cingir-se à vontade de Deus.
4 – A Verdadeira Igreja deve Corresponder com Amor
O distintivo dos discípulos de Cristo é o amor (João 13.35). A Lei de Deus bipartida dá-nos o seu próprio cerne: AMOR A DEUS e AMOR AO PRÓXIMO. É relativamente fácil guardar os mandamentos de Deus num sentido legalístico. O mancebo rico presumia guardar a Lei, e isso era contestável. Ele verdadeiramente guardava-a. Somente a não observava por amor (Mateus 19.20). A natureza do amor vem admiravelmente descrita em 1Coríntios 13. Aí Paulo deixa decepcionado todos os que pretensiosamente se julgam observadores da justiça. Qualquer um reconhece nesta leitura que a abnegação, espírito de sacrifício, muita fé, prestimosidade, e até consagração, são de nenhum valor se o princípio motivador não for o amor. Quantas pessoas executam as obras mais louváveis, comportam-se socialmente duma forma ótima, são altamente beneficentes, filantrópicas, dedicadas, mas não atuam por amor? Em 1João 4.20-21 é-nos indicado o veículo para o amor completo. Ninguém pode chegar à inteireza dos sentimentos para com Deus, se primeiro não passar pelos sentimentos inter-humanos. Há tantos que pretendem amar a Deus, mas não estão dispostos a coadunar os seus sentimentos com os sentimentos divinos. As suas relações com os irmãos não são agradáveis: Acham-se cheios de censura Estão sempre ansiosos para ver a disciplina exercida sobre os outros São incapazes de se colocar no lugar dos irmãos faltosos Falta-lhes o toque de bondade humana Estas pessoas têm uma visão defeituosa do relacionamento com Deus. Se efetivamente amassem a Deus, refletiram esse amor no relacionamento com os outros. A verdadeira igreja é amistosa e preocupa-se com o próximo, cuida dos seus membros – exerce a presença de Deus na sua comunidade.
5 – A Verdadeira Igreja Busca uma restauração
As palavras que mais explicitamente definem o estado da igreja atual encontram-se em Apocalipse 3.14-17. O Senhor aí aponta para a última igreja da História, que afinal somos nós. São duras essas palavras. Mas são as verdades. Esse é o nosso inegável e deplorável estado. Mas é imperioso um esforço que contrarie esse estado. Carecemos de um reavivamento. Precisamos de ânimo. Não devemos tirar o ânimo aos que se esforçam e trabalham. Devemos incentivar aqueles que minimamente porfiam por alcançar a vontade do Senhor. Os membros devem juntar-se num mesmo sentimento, usando todas as ações que façam a igreja andar para frente, alheando-se das coisas que pertencem a esta vida e de tudo o que os envolva demasiado. “Pecado é tudo o que nos pode fazer perder o gosto pelas coisas espirituais”.
Descubramos na nossa vida quais são as coisas temporais que se opõem às espirituais e tolhem o nosso progresso espiritual. Aceitamos as bênçãos de Deus de uma forma passiva, como se isso fosse sua obrigação. Guardamos farisaicamente os mandamentos. Observamos regras legalisticamente. Somos compelidos a hábitos preconcebidos. Seguimos um modelo de culto que nos foi transmitido por tradição, somos formais em demasia. As atividades da igreja são rotineiras e cansativas. Fazemos coisas que afinal nos parecem corretas, sem termos o sentido dos verdadeiros valores da fé. Mas importa mudar esse estado. Um despertamento efetivo deve ser a intenção daqueles que pretendem desfazer a obra satânica do adormecimento da igreja. No Salmo 85.1-8 encontramos uma petição feita de coração contrito, relacionada com o reavivamento do povo de Deus. O salmista confessa os pecados do povo, agradece o perdão divino, suplica a salvação, requer uma vivificação. Fala da paz, mas também contrapõe a condição indispensável de que o povo não reincida nos seus atos negativos e que ande nos caminhos da justiça. (Apoc 2.4,14, 16,20/ 3.2,16). A igreja é totalmente dependente de um relacionamento com Deus, que deve ser permanentemente renovado. Se quer saber se assim acontece conosco, façamos o teste. Se as respostas forem todas positivas em relação à segunda parte das perguntas, a igreja está de rastos: Os dirigentes da igreja atuam com fervor, segundo o seu dom; ou são apenas profissionais de uma liturgia amorfa, trabalhando mais por obrigação do que por devoção? Os membros são dedicados a Deus e ao serviço válido, durante toda a semana, ou são meros assistentes ao serviço litúrgico cíclico, evidenciando uma santidade balofa, que nada tem do real sentido do evangelho? A igreja vai progressivamente fazendo mudanças úteis, tentando enfrentar os renovados desafios que se lhe deparam, ou encontra-se ligada a rituais caducos e tradições? A igreja é um lugar de paz e harmonia, onde se vive um clima de tranqüilidade e confiança, sentindo-se que o Espírito de Deus está ativo, ou é apenas um centro de convívio social, freqüentado por pessoas que gostam de se inserir institucionalmente? 6 – A Verdadeira Igreja Tem de Fazer a Obra de Deus A vida dos membros de igreja deve ser dedicada aos propósitos divinos. O cristão professo deve: Revelar o amor de Deus Expor os princípios do reino de Deus Chamar ao pecado o seu nome exato Definir o pecado nas suas múltiplas manifestações Apontar o único caminho para a redenção do homem As facetas mais importantes da obra da igreja resumem-se no seguinte: Manifestar a ação de Deus para com a humanidade, sendo, portanto o reduto da reconciliação entre o Criador e as criaturas. Operar segundo as linhas que Jesus traçou, preocupando-se com as ovelhas perdidas, tentando libertar os cativos do pecado. (Marcos 16.15-16). Manifestar o Espírito de Cristo, sua humildade, seu serviço, sua obra de redenção. (Filipenses 2.5-8 + João 13.4-5,12-17 + Mateus 10.38-39) Proclamar a mensagem angélica da última advertência divina à humanidade. (Apocalipse 14.6-12). Uma igreja não deve supor estar em sintonia com Deus pelo fato de estar repleta de membros. A sua missão é apontar o caminho, não é arranjar adeptos a troco de qualquer coisa. É agradável haver uma grande afluência daqueles que ouvem, porém o convite do evangelho implica mudança de vida; e nem todos estão dispostos a fazê-lo. O caminho da justiça é estreito, e Jesus traçou as linhas mestras para ele. É, pois missão da igreja libertar os cativos do pecado, usando a verdade libertadora. Podemos ressuscitar mortos, sim! Quem pensa que não. Hoje, como estamos Com o poder que possuímos, podemos fazê-lo Chegar junto daqueles que estão mortos em suas ofensas e pecados e trazê-los à vida!… (Efésios 5-14 e 2-1)