Jo 8 – 9
Jo 8: 27 – “Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.”
Tremenda sabedoria havia em Jesus, de fato ele era um homem cheio do Espírito Santo. Quando os fariseus e os escribas flagraram aquela mulher em adultério logo levaram a Jesus para prová-lo de forma muita astuta, pois esses homens eram conhecedores da lei e chegaram dizendo que a lei de Moisés determinara que tal mulher deveria ser apedrejada. Mas quando questionado ao que deveria ser feito, Jesus nada respondeu.
Eu fico imaginando nesse tempo que Jesus ficou calado o que deveria estar passando na cabeça dele. Será que ele já sabia o que iria responder e só estava dando um tempo? Ou será que naquele momento ele orou ali mesmo em silêncio para saber que resposta daria? Jesus era tão perfeito que às vezes esquecemos o quanto ele também era homem (Filipenses 2: 5 – 8). A vida perfeita que ele viveu e os sinais e maravilhas foram feitos pelo Espírito Santo que habitava nele (Atos 10: 38). Jesus era sábio porque era cheio do Espírito Santo e por isso em pouco tempo ele conseguiu uma resposta que em apenas uma frase ele não foi contra a lei de Moisés (como os fariseus e escribas gostariam), exerceu misericórdia com aquela mulher (sabendo que Deus quer exercer perdão e tem o desejo de que todos sejam salvos) e ainda permitiu que aqueles homens tivessem consciência de pecado (que é fundamental para que haja conversão de uma vida).
Mas a história não acabou ali. Todos se retiraram até ficarem apenas Jesus e a mulher naquele local. E Jesus a despede com um recado: “vai e não peques mais.” (Jo 8: 11). Pois Jesus era plenamente misericordioso, mas também era plenamente justo. Em sua infinita sabedoria, Deus o capacitou a ser assim.
Se pudermos lembrar que a misericórdia divina não é um estado de ânimo temporário, mas um atributo do ser eterno de Deus, NUNCA MAIS SENTIREMOS MEDO DE QUE ELA POSSA ACABAR. A misericórdia nunca veio à existência, porque já existia desde a eternidade; assim, ela jamais se acabará. Sua continuidade nunca se estenderá, uma vez que ela já é infinita em si mesma, e jamais diminuirá porque o que é infinito não pode ser reduzido. NADA que aconteceu ou irá acontecer no céu, na terra ou no inferno PODE ALTERAR AS AFÁVEIS MISERICÓRDIAS DO NOSSO DEUS. Sua misericórdia representa uma imensidão incomensurável, eterna e surpreendente de piedade e compaixão divinas.
Como o juízo é a justiça de Deus diante da iniqüidade moral, a misericórdia é a bondade de Deus diante do sofrimento e da culpa humana. AINDA QUE NÃO HOUVESSE CULPA, DOR E LÁGRIMAS NO MUNDO, DEUS SERIA INFINITAMENTE MISERICORDIOSO; no entanto, Sua misericórdia pode permanecer escondida em Seu coração, ignorada pelo universo criado. Nenhuma voz se levantaria para celebrar a misericórdia da qual ninguém sentiu necessidade. É a miséria e o pecado do homem que trazem à tona a misericórdia divina.
…É possível que nossa falha em ter uma experiência consciente da verdadeira alegria proveniente da misericórdia seja o resultado de nossa descrença ou de nossa ignorância, ou de ambas? Foi assim, certa vez, em Israel. “Porque lhes dou testemunho”, Paulo testifica acerca de Israel, “de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento” (Rom. 10:2). Eles não tiveram êxito porque havia pelo menos uma coisa que desconheciam, algo que teria feito a diferença. Assim escreve o autor de Hebreus sobre Israel no deserto: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (4:2). Para alcançarmos misericórdia, é preciso, em primeiro lugar, saber que Deus é misericordioso. E não basta crer que Ele teve misericórdia de Noé, Abraão ou Davi e que novamente será misericordioso em um belo dia. É preciso crer que a misericórdia de Deus é incomensurável e gratuita, e que, POR MEIO DE JESUS CRISTO, NOSSO SENHOR, ESTÁ À NOSSA DISPOSIÇÃO EM NOSSA ATUAL CONDIÇÃO.
Podemos, incrédulos, suplicar por misericórdia durante uma vida toda, e, no final de nossos dias, ainda sentir algo que não passa de uma triste esperança de que, em algum lugar, em algum momento, iremos alcançá-la. Isso é morrer de fome do lado de fora de um banquete para o qual fomos calorosamente convidados. Ou podemos, se quisermos, nos sentar com aqueles que têm uma alma ousada e sequiosa e que NÃO PERMITIRÃO QUE A DESCONFIANÇA E A INCREDULIDADE OS IMPEÇAM DE PARTICIPAR DAS DELÍCIAS PREPARADAS PARA ELES.” (Trecho extraído do livro Verdadeiras Profecias, de A. W. Tozer, pg. 42/43).