Os 1 – 6
Os 2: 23 – “Semearei Israel para mim na terra e compadecer-me-ei da Desfavorecida; e a Não-Meu-Povo direi: Tu és o meu povo! Ele dirá: Tu és meu Deus!”
Oséias é mais um profeta que tem a honra de ser usado por Deus nessa terra. Assim como Jeremias, Ezequiel, Isaías e tantos outros, ele alerta Israel quanto ao seu pecado e fala da misericórdia de Deus. É interessante perceber que esses profetas, apesar de terem vivido em momentos distintos e em lugares distintos, falaram da mesma coisa: tanto a manifestação da ira de Deus diante do pecado de Israel e as conseqüências que aquilo traria, como a misericórdia de Deus e a promessa de um povo convertido no futuro.
Deus avisou de várias maneiras e sempre mostrou seu lindo coração de quem nunca desistiu do seu propósito. Graças a sua misericórdia, hoje podemos ter vida!
REGRAS PARA INTERPRETAÇÃO DE UM TEXTO
Antes de falarmos sobre essas regras, é importante destacar que “Jesus é o nosso único modelo e ponto de referência”. Nunca devemos aceitar nenhuma prática sem antes fazer as seguintes perguntas : “Jesus fez isto? Ele nos mandou fazer isto? Os apóstolos fizeram isto? Nos mandaram fazer? Não podemos ser como os atenienses, que andavam atrás da última novidade (At 17:21), mas sim como os de Beréia que esquadrinhavam a Escritura para verem se era mesmo assim (At 17:11). O apóstolo Paulo em At 20:29-30 nos adverte de dois perigos que podemos enfrentar:
1) Um perigo que vem de fora – “…penetrarão… lobos vorazes…”.
2) E outro que vem de dentro, e este pensamos ser o mais sério – “E Que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles”. Não fala que são homens pervertidos, mas sim que falarão coisas pervertidas.
O apóstolo também nos adverte em 1 Tm 4:16 que cuidemos de nós mesmos e da doutrina. Em Ef 2:19-20 ensina que seremos “…edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas…”. Em At 2:42 ensina que a Igreja perseverava na doutrina dos apóstolos. Tudo isto nos mostra que “A palavra apostólica é a nossa única fonte de informação para edificação da Igreja”.
Mais alguns cuidados:
Não podemos mudar conceitos sem antes consultarmos outros ministérios, de irmãos maduros, que respeitamos. Não podemos acrescentar uma prática a vida da Igreja sem fazermos uma consulta prévia a irmãos maduros. “na multidão de conselheiros há segurança” Pv 11:14
Não podemos interpretar a Escritura sem usarmos alguns critérios. Temos que ser muito cuidadosos quanto ao nível de liberdade e de objetividade que usamos para interpretá-la. Descrevemos, abaixo, alguns níveis que observamos existirem na prática comum da liderança da Igreja. Os três primeiros consideramos lícitos, já os três últimos consideramos muito perigosos, pois podem nos levar a grandes desvios. Vejamos:
1) A BASE: É aquilo que está dito explicitamente. A interpretação é óbvia, não necessita unir dois ou três textos para ter clareza de entendimento. Exemplos:
Jo 14:6 : Jesus é o único caminho. “O” caminho.
Ef 4:11-12 : Sacerdócio de todos os santos.
2) CONCLUSÃO: É baseada na observação e união de dois ou três textos evidentes.
Exemplo:
At 1:8 + At 2:38-39 Todos são testemunhas.
3) DEDUÇÃO: É baseada em elementos existentes no texto. Não existem elementos óbvios. Exemplos:
Quando observamos que Jesus trabalhava com diversos níveis (500, 120, 70, 12, 3), deduzimos que devemos fazer assim também.
Quando ensinamos que as juntas e ligamentos são relacionamentos estreitos entre membros do corpo (dedução proveniente da semântica + biologia).
Quando ensinamos que a expressão prática das juntas e ligamentos é o discipulado e o companheirismo, essa dedução é proveniente de ver estes dois relacionamentos na vida de Jesus e dos apóstolos, extraído dos Evangelhos e do livro de Atos dos apóstolos.
4) INFERÊNCIA: Não existem elementos nem evidentes e nem mesmo existentes no texto. Existem apenas expressões que são usadas como base para uma dedução forçada. Exemplo:
Ef 6:11-12 O texto ensina sobre a nossa luta contra as potestades. A inferência comum é que temos que sair repreendendo os demônios e expulsando-os das regiões celestiais e da vida dos cristãos. O TEXTO NÃO ENSINA ABSOLUTAMENTE NADA DISTO. Nos versos 13 a 18 , o Espírito Santo nos indica tudo o que é necessário para vencer esta luta. Nos ensina sobre a armadura – verdade, justiça, preparação no evangelho, fé, firmeza na salvação e na palavra de Deus – e nos ensina a lutar com a oração. Aqui temos tudo o que é necessário para esta luta. Qualquer coisa dita a mais, sobre este texto, é a mais pura inferência.
Jo 11:43,44 O texto fala sobre o momento em que Jesus ordena a Lázaro, já morto, que saia do túmulo. Ele sai, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Usar esse texto para ensinar que todos que vem do mundo estão “atados” e precisam de uma libertação após a conversão é mais um exemplo de inferência, pois o texto não fala nada disso.
Usar o texto de Dn 10:10-13 para ensinar que temos que repreender as potestades do ar, dar ordens a elas e expulsá-las para fazer cessar a sua atuação. Daniel não fez nada disto, nem mesmo sabia da existência desta batalha. Ele nunca se meteu na batalha, nem Deus o mandou entrar. Apenas ele tomou consciência de que as suas orações provocaram aquela luta. O papel dele era orar pela vontade de Deus. Este é o papel do homem na terra. A luta direta contra as potestades é função dos anjos, não dos homens. Não existe uma única menção desta prática na Escritura.
É necessário fazer, aqui, a diferença entre a dedução e a inferência. No exemplo citado no ponto 3, a dedução de como deve ser o funcionamento das juntas e ligamentos, é retirada do exemplo da prática de Jesus e dos apóstolos. No caso de Ef 6, a dedução não é possível porque nunca vimos Jesus e os apóstolos expulsando demônios dos céus e, ou dos cristãos.
5) DERIVAÇÃO: É o uso do texto pelo contexto. Quando utiliza-se os elementos do texto para apoiar idéias preconcebidas que não estão nele. Exemplos:
A ênfase na restauração do louvor, baseada no texto de At 15:16. O argumento é que no tabernáculo de Davi havia constante louvor. Isto também é pura derivação. O texto de Atos não ensina, absolutamente, nada disto. Tiago está dizendo que agora há lugar para os gentios no Reino de Deus e que as palavras do profeta confirmam isto (citando Amós: “para que os demais homens busquem ao Senhor…”).
Usar At 17:30 para ensinar que o antigo casamento, o divórcio e o recasamento foram feitos no tempo da ignorância. Portanto, pode permanecer no estado atual.
6) ESPECULAÇÃO: Invenção pura. Muito usada em escatologia.
Exemplos:
As duas testemunhas são: Moisés e Elias.
Aquele que agora o detém: É o Espírito Santo (2 Ts 2:7).
Temos que aprender com os silêncios da Bíblia. Ela não ensina apenas pelo que diz, mas também pelo que não diz. Não dizer e não fazer o que Jesus e os apóstolos não disseram e não fizeram é muito mais que uma boa regra. É UMA REGRA DE OURO.
TÉCNICAS DE ESTUDO
Essas técnicas abaixo relacionadas, auxiliam-nos na abordagem e análise de um texto qualquer. Utilizando-se desses elementos podemos “destrinchar” os temas e idéias principais desse texto. Para isso, podemos aplicar ao texto uma, algumas ou todas as técnicas aqui relacionadas:
1) Leitura intensiva, repetitiva e contínua do texto;
2) Comparar com o maior número possível de versões do texto;
3) Sublinhar os termos principais;
4) Coletar os termos e verbos principais;
5) Coletar os temas, idéias e fatos principais;
6) Coletar as definições dadas ao texto;
7) Definir e anotar as definições dos termos e idéias principais (usar dicionários e enciclopédias);
8) Confeccionar o esquema estrutural do texto (isso dá-nos o panorama geral do assunto tratado);
9) Fazer um resumo do texto;
10) Fazer uma redação própria do tema principal (redação simples, objetiva e direta);
11) Fixar cartazes anotados em nossos ambientes (cartazes contendo, por exemplo, o esquema geral, as definições principais ou a seqüência de idéias);
Elaborar uma catequese para nosso próprio ensino e utilizar-se abundantemente dela.