“… e pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.” Efésios 1: 22-23
O livro de Efésios traz muita revelação e entendimento sobre a igreja de Jesus. No primeiro capítulo fala que o Deus eterno nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele (vesículo 4), que fomos predestinados para Ele e para sua glória (versículos 5 e 6), que fomos redimidos por meio de Jesus (versículo 7), que os mistérios de Deus foram revelados por intermédio de Cristo (versículo 9), que nos tornamos herdeiros (versículos 11-14). Eu consigo imaginar Paulo num regozijo escrevendo um resumo da história em que Deus, em seu infinito amor, resgata seu eterno propósito de ter sua família para sua glória e pela sua graça a misericódia nos faz participantes com Ele.
Minha ideia de Paulo irradiante escrevendo esse início de carta à igreja em Éfeso se dá porque ele sabia bem a história: como Deus havia criado tudo perfeito no princípio, como fizera o homem e a mulher sem qualquer defeito, como eles pecaram ao escolherem ser independentes de Deus, como Deus permanceceu fiel com a crescente maldade do mundo ao ponto de fazer uma aliança com Abraão, como o usou para formar uma família, em seguida um povo que se tornou uma nação e como os levou a uma terra aonde Israel se estabeleceu. Paulo também sabia que por séculos os judeus muitas vezes se desviaram da verdade, mas muitos se levantaram contra a corrupção e, arriscando suas vidas, entraram na história como heróis da fé, como conta em Hebreus 11. Homens e mulheres que não desistiram da visão por conta da corrupção de homens, reis ou sacerdotes, mas permanceceram firmes, cientes de que o plano de Deus era maior.
Diante desse cenário, Paulo, continua escrevendo a carta expressando seu enorme desejo que a igreja tivesse pleno entendimento e revelação de Deus, a esperança do nosso chamamento, nossa herança e a suprema grandeza do seu poder (versículos 15-19) que Deus exerceu em Jesus, ressuscitando-o dentre os mortos e o exaltando acima de todo o nome (versículos 20-21) e, finalmente diz que pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (versículos 22-23).
A igreja é o corpo de Cristo, a igreja é de Jesus. Jesus é o cabeça.
Quantas vezes o povo de Israel se afastou de Deus? Como afirma o profeta “…o meu povo é inclinado a desviar-se de mim…” (Oséias 11:7). Nesse tempo, quantas pessoas desanimaram e desistiram frente aos declínios dos seus compatriotas e autoridades? O povo caiu por causa do erro dos seus líderes ou os mestres caíram frente a promiscuidade dos discípulos? E mesmo que algumas vezes Deus não encontrou pessoas que se dispusessem a servi-Lo (Ezequiel 22:30), Ele permaneceu fiel (II Timóteo 2:13). Quantos profetas como Elias surgiram e como eles foram importantes para resgatar os princípios de Deus? Quantos deles não foram perseguidos e mortos?
Quando olho para a igreja de Jesus, entendo que existem os mesmos riscos de desvios do povo de Israel: seja da pessoa que recém se aproximou de Cristo, ou mesmo aquele que serve há alguns anos. Talvez, mais importante do que identificar daonde vem o desvio, o que mais me preocupa é que os filhos de Deus (que foram chamados por Ele antes da fundação do mundo, regenerados pelo sangue de Jesus, feitos herdeiros da promessa) não se levantem como os profetas, os heróis da fé e lutem para que a igreja de Jesus seja santa, pura, imaculada. Meu temor é que os discípulos do Senhor se aquietem frente aos desvios, ou que se permitam desanimar e até mesmo se afastar da comunhão. Nosso chamado não é zelar por uma instituição governamental, um clube ou seja lá o que for. A igreja é de Jesus e Jesus foi perfeito em todo o seu procedimento, Ele nunca pecou, Ele sempre será nossa única referência, Ele sempre será digno de que eu, seu filho, por sua graça e misericórdia, dê a minha vida todos os dias, como fizeram os profetas, para que a igreja se santifique, seja uma e se multiplique para que, quando Ele voltar (e não tarda o Senhor), Ele se agrade de sua noiva.